O jornal Público publicou a 27 de Abril o artigo intitulado “É óbvio para todos o contributo da China para a luta global contra a pandemia da Covid-19” do Sr. Cai Run, embaixador da China em Portugal. Segue-se o artigo na íntegra:
Desde o início da epidemia de Covid-19, a China tem tomado as medidas mais abrangentes, rigorosas e minuciosas atempada e resolutamente, no sentido de conter a propagação epidémica de forma absoluta. No dia 23 de janeiro, a cidade de Wuhan, cuja população ultrapassa os dez milhões, foi colocada em quarentena. Para o efeito, o povo de Wuhan deu enormes contributos e sujeitou-se a grandes sacrifícios. Em Wuhan, levaram apenas pouco mais de dez dias para concluir a construção de dois hospitais especializados com mais de 2 mil camas, e foram construídos em tempo recorde 16 hospitais de campanha que proporcionaram mais de 20 mil camas para recolher doentes com sintomas ligeiros. A China estabeleceu um Sistema de Força-Tarefa Interagencial contra a Epidemia que tem a cobertura em todo o País. À província de Hubei e a Wuhan acudiram centenas de equipas médicas compostas por mais de 40 mil profissionais de saúde provenientes de diferentes regiões da China. Com os árduos esforços ao longo de vários meses, a prevenção e o controlo da epidemia na China alcançaram importantes efeitos de forma faseada, e as ordens da produção e da vida vêm regressando à normalidade com rapidez. A epidemia na China foi efetivamente controlada, o que trouxe esperança a todas as pessoas que estão a lutar contra a pandemia nos quatro cantos do mundo, e incrementou a confiança a todos os países na vitória definitiva desta luta.
A parte chinesa anuiu sempre a uma atitude aberta, transparente e responsável para intensificar a cooperação internacional, e trabalhar de mãos dadas com a comunidade internacional para combaterem juntos a pandemia. A parte chinesa recebeu o relatório de caso suspeito a 27 de Dezembro do ano passado, começou o rastreamento epidemilógico a 29 do mesmo mês. Comunicou oficialmente a informação à Organização Mundial de Saúde e a outros países no dia 3 de Janeiro do ano corrente e compartilhou a sequência genética completa do vírus com eles no dia 12 de Janeiro. A parte chinesa comunicou sem demora as informações relevantes, e convidou peritos internacionais para fazerem levantamentos locais no país, enviou equipas médicas para alguns países seriamente atingidos por Covid-19, e compartilhou as suas práticas e experiências adquiridas neste combate. Estes esforços feitos pela parte chinesa não só ajudaram a ganhar tempo para a contenção da pandemia da comunidade internacional, como também ajudaram a aumentar a capacidade da resposta internacional à pandemia.
No entanto, desrespeitando os enormes esforços e sacrifícios feitos pela China e pelo povo chinês para a luta global contra a pandemia, um número muito reduzido de países questionaram a autenticidade dos factos e números comunicados pela China, e mancharam o grande contributo dado pela China para salvaguardar a saúde e segurança da população mundial, na tentativa de fugir à sua própria responsabilidade e transferi-la através da difamação dos outros. Práticas essas são inúteis para a luta contra o surto no seu próprio país, também não ajudam à unidade e à cooperação entre os países no combate conjunto à pandemia. A justiça reside no coração das pessoas. Os contributos da China para a resposta global à Covid-19 são patentes para todos, e não são apagáveis por nenhum país ou pessoa.
Atualmente, a pandemia de Covid-19 alastra-se em todo o mundo, e uma boa parte dos países estão confrontados com circunstâncias relativamente severas. Sentindo na pele os desafios e as dificuldades que estes países afetados estão a viver, a parte chinesa está empenhada em ajudá-los, fornecendo apoio material à comunidade internacional, inclusive a Portugal, e concedendo às partes relevantes assistências e facilidades da aquisição dos materiais na China. De acordo com as estatísticas iniciais até à data, as doações chinesas a Portugal para combater o Covid-19 incluem, 1012 mil máscaras cirúrgicas, 255 mil máscaras N95, 603,5 mil pares de luvas de uso médico, 120 mil viseiras de proteção, 37450 fatos de proteção, 13500 óculos de proteção, 5 mil kits de teste de ácido nucleico, mais de 100 ventiladores e 10 sistemas de vídeo, entre outros equipamentos médicos. As autoridades provinciais e municipais da China, as empresas chinesas e a comunidade chinesa em Portugal continuarão a doar mais materiais relevantes à parte portuguesa, assim como a disponibilizar mais assistências e facilidades à parte portuguesa na sua aquisição desses materiais na China.
No aperto do perigo, conhece-se o amigo. No momento crucial do seu combate à epidemia, a parte chinesa recebeu a compreensão e apoio preciosos da comunidade internacional, incluindo de Portugal. A China jamais se esquecerá que a parte portuguesa apreciou positivamente os esforços feitos pela China na resposta à epidemia, e que a parte portuguesa afirmou o reconhecimento da cooperação desenvolvida pela parte chinesa com a comunidade internacional, contrariando resolutamente todas as palavras ou comportamentos discriminatórios dirigidos contra determinados países ou grupos de pessoas. A China jamais se esquecerá que na Camâra Municipal de Lisboa, superando divergências partidárias, foi aprovado por unanimidade o voto de solidariedade com a comunidade chinesa em Portugal, e que antes do jogo da 1ª Liga de Portugal entre o Benfica e Sporting de Braga, foi exposto no campo um painel que diz Força China, Estamos Juntos em chinês. A China também jamais se esquecerá que os portugueses dos mais diversos círculos doaram materiais médicos, telefonaram ou enviaram email à Embaixada da China em Portugal, torcendo pela Wuhan, pela China.
A nação chinesa é uma nação que sempre retribui a bondade. Nunca ficamos de braços cruzados perante as dificuldades dos amigos, nem esconderemos nenhum interesse egoísta por detrás da ajuda. O vírus não conhece fronteiras, e a pandemia é inimigo comum dos seres humanos. A parte chinesa está disposta a trabalhar de mãos dadas com a comunidade internacional para vencermos juntos a pandemia, e defendermos a segurança da saúde pública regional e global, promovendo a construção da comunidade de destino comum da humanidade.